Obesidade não é fofinho
A saúde dos seus pets está em risco.
Uma das principais doenças que atingem cães e gatos, cerca de 30% dos cães e 40% dos gatos atendidos em clínicas veterinárias são considerados obesos e os casos estão diretamente ligado ao aumento das taxas de obesidade na população humana.
O estilo de vida acelerado faz com que as pessoas se alimentem cada vez pior e se dediquem menos a atividades físicas. Consequentemente, os pets não são supervisionados em suas refeições e se exercitam com menos frequência.
30% de cães e 40% de gatos São considerados obesos
O problema da obesidade vai muito além do estético e traz consequências para a saúde do animal:
Sobrecarga vascular,
cardíaca e renal
O aumento do volume de massa faz os órgãos trabalharem dobrado e pode levar a lesões irreversíveis, como hipertensão, insuficiência renal e doenças cardíacas.
Sobrecarga
articular
O excesso de peso pode causar ou agravar doenças articulares, como osteoartrite, displasia coxofemoral e doenças do disco intervertebral.
Diabetes
mellitus
O acúmulo de gordura corporal provoca aumento da produção de insulina. Isso pode afetar a capacidade funcional do pâncreas e prejudicar o funcionamento desse hormônio.
Problemas
respiratórios
Com o aumento de massa, os músculos respiratórios não permitem a expansão completa da caixa torácica e dos pulmões, tornando a respiração difícil e ofegante.
Baixa
Imunidade
A obesidade aumenta a reação inflamatória do organismo em um nível acima do normal. Além disso, o tecido adiposo produz substâncias que prejudicam o trabalho das células de defesa.
Risco aumentado
em cirurgias
O acesso cirúrgico se torna mais difícil e alguns anestésicos se ligam a gordura e prolongam sua ação.
Causas da obesidade
• Predisposição genética
• Alimentação excessiva
• Fornecimento de petiscos e restos de comida
• Rivalidade com outro animal
• Castração
• Uso de medicações como glicocorticoide e fenobarbital
• Baixo nível de atividade física
• Doenças endócrinas
Como tratar?
Animais castrados sofrem com desequilíbrio hormonal, que provoca acúmulo de gordura, e tendem a se tornar menos ativos.
Após a castração, a quantidade diária de alimento deve ter um decréscimo de aproximadamente 10%. É recomendado também que a ração tradicional seja substituída por outra específica para animais castrados.
Uma avaliação médica e a realização de exames oferecerão o diagnóstico correto caso haja suspeita de doenças endócrinas, que exigem dieta específica, rotina de exercícios e algumas adaptações.
Existem centros de fisioterapia e reabilitação com programas de exercícios para emagrecimento saudável, mas uma simples caminhada diária, jogar a bolinha para o cão buscar ou desafiar o gato com um laser point já são suficientes para iniciar a perda de peso.
Vale lembrar que animais obesos tem sobrecarga em diversos órgãos e nas articulações e os exercícios físicos podem prejudicar ainda mais esse quadro. O aumento da atividade física deve ser gradual.
A quantidade diária de alimento deve diminuir aproximadamente 10% após a castração
Boa Alimentação
Dietas balanceadas, de acordo com a idade, porte e nível de atividade física, devem ser prescritas dentro das necessidades calóricas de cada animal. A maioria das embalagens informa a quantidade que pode ser administrada.
Oferecer alimentação adequada e na quantidade correta pode levar à perda de peso, mas dependendo do grau de obesidade é necessário recorrer a dietas com calorias reduzidas até que o escore de condição corporal ideal seja atingido.
Escore de condição corporal
Escore de condição corporal é a forma de avaliar se o animal está magro, em forma ou obeso, já que apenas o peso não é um dado fidedigno, pois existem portes muito diferentes nas espécies caninas e felinas.
A perda de peso deve ser um processo lento e regular, não envolvendo mais que 1% do peso corporal total por semana, e os animais devem ser pesados rotineiramente para acompanhamento.
Após o peso/escore de condição corporal ideal ser atingido, o animal deve retornar à alimentação específica para sua idade, porte e nível de atividade.
Como prevenir a obesidade
O combate à obesidade deve ser um compromisso do tutor e de toda a família para que o animal não sofra as consequências associadas à essa doença.
Alimentos de qualidade
Ofereça alimento de qualidade e na quantidade certa, adequando as porções de acordo com a idade. Cães e gatos idosos são menos ativos e tem menos necessidades calóricas que os filhotes, por exemplo.
Atividades físicas
Pratique atividades físicas regularmente para manter seu pet ativo e saudável. A quantidade e nível dos exercícios também deve acompanhar a idade e porte de cada pet.
Evite petiscos
Evite oferecer petiscos e restos de comida. Quando o fizer, leve em conta o aumento energético na alimentação e desconte na próxima refeição ou intensifique os exercícios físicos.
Controle a ração
Não deixe o saco de ração ou qualquer tipo de comida à disposição do animal, pois será mais difícil controlar a quantidade de calorias ingeridas por dia.
Brincadeiras
Incentive o pet a brincar, mesmo que pareça desinteressado, pois ele pode estar acostumado à falta de estimulo. Se a falta de interesse permanecer ele pode estar sofrendo de depressão, tédio ou estresse.
Veja o quanto oferecer petiscos e guloseimas além da porção de alimento diária recomendada pode provocar desbalanceamento na dieta
Particularidades dos felinos
Gatos são caçadores natos e gostam de liberdade, mas hoje em dia vivem em apartamentos sem acesso à rua, castrados, mimados e muito bem alimentados. Quando tem uma barriga saliente são, inclusive, considerados fofos.
Seu metabolismo é adaptado para uma dieta rica em proteína e pobre em carboidrato. Todo carboidrato ingerido vira gordura, o que, aliado ao sedentarismo crescente, os torna mais predispostos a obesidade do que o cão.
Diferente dos cães, os gatos raramente saem para passear com seus tutores, portanto a atividade física dos gatos deve ser feita dentro de casa por meio de estímulos e enriquecimento ambiental.
Isso evita que o pet passe o dia todo dormindo ou desenvolva doenças comportamentais como estresse, ansiedade e tédio, que podem agravar a obesidade.
Felinos obesos têm mais chances de desenvolver infecções urinárias e problemas de pele. Eles também podem sofrer de lipidose hepática, quando ocorre acúmulo de gordura no fígado caso parem de se alimentar por algum motivo.
Os machos são mais predispostos a obesidade do que as fêmeas, diferente do que se observa em cães. Os gatos de raças puras têm menos chances de ganhar peso.